Já ouviu falar de grandes ideias que falharam porque estavam à frente do seu tempo? Muitas vezes, ao tentar ser inovador, corremos o risco de sermos "inovadores demais", lançando produtos que o público ainda não está preparado para aceitar. É aqui que entra o conceito MAYA.
Criado por Raymond Loewy, um renomado designer que revolucionou o design de carros, trens e logos nas décadas de 40, 50 e 60, o conceito MAYA, ou “Most Advanced Yet Acceptable” (Mais Avançado e Ainda Aceitável), nos ensina que a inovação deve equilibrar o novo e o familiar. Ou seja, é preciso oferecer ao consumidor o design mais arrojado possível, mas que ainda seja reconhecível e compreensível. As ideias mais avançadas só ganham o público quando são aplicadas de forma gradual, acompanhando o tempo de aceitação do consumidor.
Um exemplo clássico é o lançamento do primeiro iPhone, que foi revolucionário, mas manteve aspectos familiares dos celulares da época, como o formato retangular e a função de chamadas. Por outro lado, imagine se o conceito de smartphone tivesse sido introduzido nos anos 1920. Provavelmente, seria um fracasso, pois a sociedade ainda não estava pronta para algo tão avançado.
No livro Hit Makers, o conceito MAYA é destrinchado em três lições importantes:
O público não sabe de tudo, mas sabe mais do que os criadores. Ou seja, não subestime o conhecimento coletivo.
Para vender algo familiar, torne-o surpreendente; para vender algo surpreendente, torne-o familiar. A inovação precisa de equilíbrio.
Às vezes, as pessoas não sabem o que querem até que já estejam encantadas. Por isso, um produto inovador precisa também ser envolvente.
Essas lições nos mostram que o sucesso de um produto não está apenas em sua novidade, mas em como ele é apresentado e aceito pelo público. Novos produtos, como os assistentes virtuais (Alexa, Google Home), seguiram o conceito MAYA: são inovações, mas apresentam interações familiares, como comandos de voz e utilidades diárias que já conhecemos.
Quando falamos de inovação, existe uma linha tênue entre o sucesso e o fracasso. Agir de forma inovadora requer paciência, planejamento de etapas e um lançamento estratégico. Além disso, o conceito MAYA não se aplica apenas à inovação e design. Áreas como marketing, tecnologia e até entretenimento também utilizam essa abordagem para criar produtos e serviços que sejam bem recebidos pelo público.
Agora, me conta: você já conhecia o conceito MAYA? Consegue pensar em exemplos na sua área?